Wednesday, April 13, 2011

ENSINO INFANTIL DE QUALIDADE! URGENTE!


Tenho 48 anos, formada em Letras Português e Inglês há 5 anos em uma Universidade particular de excelente qualidade (com isenção, meu marido trabalha na instituição). Sou Concursada pela Secretaria de Educação - RJ e empossada desde fevereiro de 2009, ainda estou em período probatório. Nunca tive o sonho de me tornar professora, só depois que trabalhei terceirizada em uma Universidade Federal como Assistente Administrativa e com o contato com o corpo docente fiquei encantada. Sou fluente em Inglês por isso optei por Letras. Amo meus alunos, minha escola, minha Direção e Coordenação. Meu salário é de R$691,00 líquidos por 16 horas semanais, recebemos R$52,00 de transporte. Depois do infeliz episódio em Realengo me deparei com essa nova realidade: trabalhar com o terror psicológico deste episódio. Confesso que não sei defender ou argumentar teses junto aos tantos estudiosos deste assunto, o que eu sei é o que eu vejo e sinto nas minhas aulas. As atitudes dos alunos quando entram em sala de aula é de espantar, não é pessoal, eles agem assim com todos os profissionais da educação, direção, coordenação e apoio. A maioria, não são todos, desenvolveram um padrão comportamental que na faixa etária entre 13 e 16 anos é irreversível. Uma barreira imensa e indestrutível existe neste grupo particularmente. O desafio é tão grande e imediato que alguma medida urgente deve ser implantada. Estou falando de desinteresse, falta de comprometimento, agressividade, desrespeito aos colegas e principalmente ao professor, arrogância e debochados. A falta de determinados valores provém de uma família na sua maioria pobre e com novos padrões (padastro, madrasta, avó, tios, meio-irmãos, etc)que lutam muito para ganhar um mísero salário. Estes por sua vez foram criados (não educados) da mesma forma. O que quero dizer é que daqui para frente, a cada geração, este problema será ainda pior e mais aterrorizante, está se agravando a situação. As creches que a Presidenta propôs poderiam vir com um novo método de educar, começar do zero um programa que vise a inserção de valores positivos desde a idade maternal. Prioritariamente o estado deve fazer uma INTERVENÇÃO IMEDIATA nesta geração nova, vamos recomeçar com um futuro de igualdade para estes "Brasileirinhos" tão invisíveis à sociedade. Se a família não está preparada para este novo mundo, EU estarei aqui para ajudar nesta caminhada MAS quando eu esticar a mão quero ter um apoio. Ao contrário que muitos estudiosos dizem, a deficiência é na Educação dos alunos ainda no maternal e Ensino Infantil (até 5º ano).Hoje, digo hoje, só vejo futuro de 3 ou 4 em uma turma de 36 alunos e numa previsão otimista. Os outros 32 sequer conseguirão fazer um curso técnico. Nos olhos deles vejo um grande vazio, eu falo e minhas palavras morrem ali, em milésimos de segundo. Como Pink Floyd um dia cantou "Another Brick in the Wall", apesar dos avanços no processo Ensino-Aprendizagem, abordagem, inserção social e contextualização, ainda continuamos a formar exércitos uniformizados que além de não serem capazes nem de receber só informações, como era até a década de 80,agora não conseguem refletir, se concentrar, analisar, identificar e o mais importante, reter qualquer informação que passo para eles. Meu trabalho é sério e sou uma boa profissional-educadora. Assim que a sineta bate é como se fôsse um dispositivo para eles esquecerem tudo que ali ensinei.Proponho uma revolução no Ensino Infantil e Básico, vamos mudar nosso Brasil agora. O respeito ao professor deve voltar. POR FAVOR, NOS VALORIZEM!! MUITO OBRIGADA!

1 comment:

  1. Grato pelo comentário. Independente da notícia ser falsa ou não, o que já informei lá, o que escrevi sobre a imbecilidade acadêmica permanece em pé. Um abraço.

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