Sunday, February 20, 2011

O CÃO SENTADO E O PARQUE FURNAS DO CATETE

Bom dia!!



Quem já não ficou horas conversando com amigos de longa data relembrando o passado? Ultimamente tenho tido várias sessões nostalgia. Uma delas foi um passeio ecológico radical que eu e meus amigos e amigas fizemos na época do então Segundo Grau (Ensino Médio) ao Parque Furnas do Catete, onde impera nosso cartão postal oficial "A Pedra do Cão Sentado". Nosso grupo de amigos era um misto de personalidades e tipos e por isso foi tão divertido. Quem já foi até o alto, no platô final sabe que é só de lá que é possível ter a visão perfeita da Pedra do Cão, não tente visualizar da estrada ou no meio da árdua subida das escadas, não dá pra ver. Levamos nossos lanchinhos, água e uma de nossas amigas, uma Japonesa carregava sua câmera (é claro), e graças à ela temos registrada nosso inesquecível passeio. Como se dizia no fim da década de 70 "jovem tem titica na cabeça", e esta frase pra mim é atemporal. Os meninos logo descobriram um cipó enorme para inaugurar nossa aventura, o grito dos "Tarzans depois da gripe" ecoava por todo o parque. Por fim nós, as meninas, já contagiadas pela euforia dos meninos também demos uma de Jane arriscando nosso futuro, já que balançávamos em um abismo de pedras muito aterrador. Em algum momento, um dos meninos disse que sabia onde existia uma caverna no parque, a adrenalina de todos já estava lá em cima, topamos. Disparamos morro abaixo e por dentro da mata, depois de alguns minutos chegamos em um ponto onde havia um enorme buraco no chão. era ali a entrada da caverna. À princípio achamos impossível, mas depois que eles desceram e deram o grito de "pode vir", as meninas não podiam ficar para trás, éramos quatro e segurando na corda e nos apoiando nas pedras descemos. A aventura dentro desta caverna foi maravilhosa, passamos por buracos que só olhando não acreditávamos que era possível alguém passar por ali, olha que eu era a mais magra. A caverna era enorme, habitada por muitos morcegos, camaleões e outros bichos desconhecidos. A umidade era altíssima e ficamos literalmente ensopados, paramos em alguns momentos para descansar perto de poças gigantescas de água que mais pareciam pequenos lagos. Tudo era muito escuro, melhor, porque assim escondíamos nossos medos junto com a escuridão. Aos poucos já não precisávamos de lanterna, a luminosidade natural foi aparecendo e logo avistamos a saída. O sentimento que tomava conta de todos nós era o mesmo, olhávamos um para os outros e sabíamos exatamente o que estávamos sentindo, uma sensação de cumplicidade, euforia, dever cumprido, satisfação e o mais impressionante, sabíamos que acabávamos de cumprir uma etapa de nossas vidas e que a travessia da caverna representava um crescimento espiritual e um gigantesco passo em direção à vida adulta. Passamos alguns minutos em um túnel do tempo, uma nova era despontou para nós assim que a luz no fim da caverna apareceu. Um ano depois estávamos separados e nos encontrávamos esporadicamente pelas Alberto Braunes da vida, com passos certos e decididos, cada um com seu destino. E você? Já conhece o Parque Furnas do Catete em Nova Friburgo? Fica na estrada Friburgo-Bom Jardim, em frente ao pedágio. VISITE NOVA FRIBURGO! FAÇA ESTE CARINHO!

Friday, February 18, 2011

DOR NA CONSCIÊNCIA!!

O Serralinda como o nome já diz será totalmente voltado para a divulgação da nossa cidade Nova Friburgo à nível Nacional e Internacional. Postarei todo tipo de dicas para incrementar a vida social e comercial desta cidade que perdeu tanto neste último mês. A minha consciência dói muito porque sempre vi minha cidade com muita tristeza e desgosto. A tristeza não está relacionada com as pessoas ou a cidade mas com as fases que vivi lá, nada positivas. Talvez pela minha vontade de sair da mesmice e ganhar o mundo eu tenha formado uma opinião meio avêssa à viver em Friburgo. 
Há 4 décadas nossa mãe decidiu recomeçar nossas vidas em uma cidade do interior de São Paulo, Guaratinguetá, que nos acolheu de maneira muito carinhosa. Voltamos para Friburgo depois de 4 anos, contra a nossa vontade. Quando se é criança tudo fica muito bem registrado e os traumas são intensos. Na final da década de 70 Friburgo já sofreu com a crise no setor metalúrgico trazido por um grupo de arruaceiros paulistas treinados para incitar a desordem na cidade e aos poucos a cidade foi perdendo suas grandes indústrias e o desemprego virou o fantasma de muitas famílias. 


Lembro-me perfeitamente que em 1979 houve um tragédia, perdemos muitos amigos em deslizamentos, o cemitério já não suportava o números de mortos levados para sepultamento. O desemprego, o descaso dos políticos, os primeiros sinais da desorganização urbana e suas consequências provocaram uma mudança no comportamento dos cidadãos friburguenses. 
A princípio eu não percebia os sintomas de profunda depressão que se instalara nas pessoas, até eu vivia constantemente chateada. Saímos de Friburgo por 10 anos e quando voltamos encontramos uma cidade cheia de problemas mas muito viva e com muita energia positiva. O friburguense se superou, saiu de uma crise absurda, deu a volta por cima e iniciou um dos maiores polos de moda íntima do mundo http://www.intimafriburgo.com.br/conteudo.php?conteudo=noticias_detalhes&codigo=170 . Já não encontro nas ruas aquelas pessoas reclamonas e estagnadas. Este poder de reconstruir e recomeçar é histórico e está no DNA. Nos próximos posts vou colocar outras histórias e pontos de vista de quem viveu também momentos difíceis em Friburgo desde sua fundação até os dias atuais. No momento querido leitor só peço um favor: VISITE NOVA FRIBURGO! FAÇA ESTE CARINHO!.

Tuesday, February 15, 2011

PINCELADA NA HISTÓRIA DE NOVA FRIBURGO


A Revolução Industrial provoca desemprego em massa em países com menor potencial industrial: a Suiça, por exemplo.


1816 - As fortes condições climáticas totalmente desfavoráveis (ano sem verão) ao plantio de grãos, agrava ainda mais a situação dos Suiços.


1816-1817 - 10 mil Suiços partem em direção à América do Norte.


1817 - 5 mil mortes são registradas nos Cantões Suiços provocadas pela fome e desespero.




Fribourg, 23 de maio de 1817.
intenção do Diplomata Senhor Sébastien Nicolas Gachet de Gruyères, de ir estabelecer-se no Brasil para lá formar um estabelecimento agrícola.


1817 - Decreto do Rei D. João VI, fundando a colônia suíça na fazenda de Morro Queimado; mais tarde cidade de Nova Friburgo. 
11 DE SETEMBRO DE 1819 - Acontece a partida dos navios em direção ao Brasil com um total de mais ou menos 2000 Suiços divididos em 8 navios. Foi registrada o óbito de um a cada seis passageiros devida as más condições e das doenças adquiridas durante as paradas: malária, varíola e tifo. 
CHEGADA A FAZENDA DO MORRO QUEIMADO - 12 dias de viagem com um total de 389 óbitos e 14 nascimentos.

1820 - Em março 100 casas pequenas foram construídas para abrigar as famílias, 17 pessoas por casa. A convivência entre famílias na mesma casa agravava a vida em Nova Friburgo. 
1820 - Em 6 meses foram registrados mais 131 óbitos devido ao estado psicológico sofrido durante as viagens, as decepções na chegada e no assentamento, mudanças de clima e as doenças tropicais.
1820 - O início do período de chuva inicia-se. As plantações não vingam, as fazendas são abandonadas mas na cidade a calamidade é ainda pior: casas alagadas, pontes, árvores e jardins são levadas pelas chuvas. A bela Vila de Nova Friburgo, suas melhorias e belezas se transformam em um vale alagadiço.
1821 - Cenário desolador, sem perspectivas os Suiços se entregam a bebidas, tabernas são abertas, Nova Friburgo se deteriora pelo fracasso das colheitas.
1821 - Solicitação de subsídios e ajuda aos colonos são negados pelo Rei devido a crise em Portugal e a revolução na Bahia. Dom João VI anuncia a partida para Portugal e deixa o Príncipe Regente em seu lugar. Monsenhor Miranda pede demissão e parte também para Portugal.
1821 - Em maio A Sociedade Filatrópica Suiça do Rio de Janeiro inicia uma grande campanha de ajuda aos colonos, donativos são recolhidos no Rio, na Suiça, na França e em Londres.
1821 - O Príncipe Regente assegura a prosperidade de Nova Friburgo com a política de subsídios e os colonos tem carta branca para procurar novas terras. As colheitas de feijão e milho são um sucesso, casas mais fortes são levantadas e fazendas reconstruídas. Com isso seus costumes são fortalecidos: produção de queijos e vinhos e criação de porcos e vacas.
1822 - A miséria já não existe.
1824 - Chegam 343 alemães e se inicia um novo ciclo e novo rumo à colônia.

Sunday, February 13, 2011

2011 SERÁ UM DIVISOR DE ÁGUAS!!

 Foi com esta frase que eu inaugurei o ano de 2011. É uma frase feita certo? Mas não surgiu do nada. Eu resolvi que está na hora de sair de frente da lareira (Fernando Pessoa - vide link http://www.insite.com.br/art/pessoa/mensage3.php Segundo - Quinto Imperio), é, mas aqui em Niterói, diríamos debaixo do ventilador ou do ar condicionado e dar uma de louca. Surtei! Ouvi uma frase num seminário que participei forçadamente, digo isso porque na verdade fui encontrar com o maridão para dar uma notícia muito triste: a morte de um primo dele queridíssimo. Bem, esta é a frase "Do mêdo nasce a coragem" e quem me conhece sabe o quão metida a corajosa eu sou. Acho até que me escondi durante tantos anos atrás do pensamento "não se arrisque, você pode perder tudo". Só que descobri neste dia que meu diagnóstico é péssimo "sou mesmo uma cagona". Quando falo "eu" é porque sou a autora destas linhas, mas eu tenho uma metade que apesar de não partilharmos gostos iguais em coisas quase fúteis, criamos algumas defesas e estratégias de sobrevivência excelentes e com cumplicidade, que são: emprego estável e não se endividar. Somos um sucesso no quesito sobrevivência...mas...nossas vidas sempre foi assim - uma sobrevivência. Depois desta fatídica quinta-feira que se arrastou para um fim de semana pesado e atormentado parece que baixou em nós um dos personagens de Clarice Lispector, que passa por processos de reflexão culminando em uma epifania (vide link http://www.releituras.com/clispector_amor.asp. Nunca saímos da zona de segurança, nos protegemos a vida inteira de uma falsa realidade cruel. Droga!! Esta receita não estava mais nos satisfazendo, ser o profissional perfeito, o empregado sempre elogiado e o amigo querido também não. Para apimentar ainda mais nossas novas ideias a provável insegurança profissional bateu à porta, parece até que tudo estava conspirando à nosso favor. Estas séries de fatores encheram tanto o nosso saco ao ponto de decretar mudanças sérias, porém extremamente prazerosas começadas já no 1º dia de 2011. Decidimos que vamos unir o útil ao agradável e o mais importante, não estamos nem um pouco com mêdo, estamos seguros e confiantes. Esta coragem veio do mêdo da estagnação, da dependência, das malditas regras que restringem nossa liberdade de VIVER!!! Para fortalecer ainda mais nossa nova opção de vida infelizmente aconteceu a pior desolação que um país e um povo pode sofrer - uma tragédia de grandes proporções e perdas irreparáveis de vidas humanas queridas. Inconscientemente escrevi a frase que de alguma forma fala sobre um novo recomeço, não só para nós mas para todos aqueles que agora tentam purgar tamanha tristeza. Recomeçar, Reconstruir, Refletir, Reviver!! VISITEM NOVA FRIBURGO, FAÇA ESTE CARINHO